Naquela manhã da década de 90, Dorival acordou
com o sol apertado sobre a pele das pálpebras, a criar na pele do
olho manchas de cor. Solteirão, Dorival bebia sempre o sol com seu
corpo, em sua casa numa colina tipo cartão postal, com jardim, igrejinha
e tudo, no belo porém isolado bairro paulistano do Tremembé,
num casarão com colunas de pedra, onde segundo os vizinhos jamais
entrara uma mulher. Neste dia, Dorival ia estrear em casa um dos primeiros
terminais de vídeo literários da cidade, do Brasil e do mundo.
E, após o café da manhã, pensou: "Bela
oportunidade para arranjar uma intelectual de coxas longas e quadris redondos
e macios".
Ele
liga para a esquerdista Marisão
Ele
liga para Wilminha feminista